sábado, 21 de dezembro de 2019

invicta

Ela docemente se envolveu na loucura que é minha vida. Ganhou meu coração fajuto num dia desses aí uns tempos atrás. Corro atrás dessa maldita igual cachorro atrás do próprio rabo, braba, cara de filha da puta, jeito e ar de quem ainda vai foder minha vida, bagunça minha cama e minha cabeça. Tem todo espaço e eu dou todo espaço. Me pega, diz que sentiu saudade, eu acho que ela gosta muito e tenho certeza que eu gosto muito mais. Ela é o que tem de melhor nessa vida. Amo o jeitinho despojado que ela tem de lidar com tudo, presença, vibe, vida, tudo leve, é minha sem querer, me sinto ligeiramente dela mesmo que eu não entenda ou não queira, sentimos. Jeito de bandida que me atrai, ela é muito mais que um beijo muito gostoso e uma foda que encaixa tão certinho que qualquer toque dela ou muita proximidade dela comigo já me molha. É sempre a mesma fita, mesma ideia, mas nunca foi e jamais será arroz com feijão ou mais do mesmo. Contato é fundamental entre nós. Química maluca. Amo cada sensação que só a pele dela me faz sentir. Viajo nas olhadas que ela me dá, me beija sorrindo, goza pedindo tapa na cara.
"sem dó?"
"sem dó." -
sorri e eu quase nunca aguento, bato mais forte que a saudade que eu sinto dela.
Gosta de foder comigo na onda do green, um shot depois e ela pede na xota. SinceraDireta&Leal. 
Nina Simone tocando mais uma vez... O velho quarto rosa e azul, tudo no mesmo lugar, aquele sorrisinho implacável dela me puxando da sala até entre as coxas dela. Caminho que eu faço de olhos fechados. Sei de cor.
I put a spell on you... because you're mine... - Ela canta e geme, fuma enquanto eu chupo. É a favorita dela, ou costumava ser. Ela sempre muda, minha Lua, cheia das fases, ela é mil em uma. Escapa entre meus dedos, mas mesmo assim dela eu gosto mais que maconha, clichês com ela fazem sentido e eu entendo pouco sobre todas as coisas que eu ando sentindo. Sentimos.
Às vezes me sinto presa a ela, tem semana que eu penso nela de forma constante, várias formas e a todo instante. Saudade sufoca, faz com que eu não queira mais ser ou estar com mais ninguém. E eu gosto dessa liberdade de falar sobre o peso da vida sem que ela fuja ou sei lá. Ela é presença leve, mais que a minha fumaça no teto do quarto dela e com ela/pra ela eu nunca tô cansada. Se isso não for amor, é muito mais, perturba minha cabeça mas me traz paz, meu algo a mais. Maldita, reciprocidade ao extremo, amor ao extremo, tesão ao extremo e toda aquele rolê de foda mais foda.
Ela segue invicta.
Sentimos.



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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Perdida no mundo, morrendo de amor.

Tantos momentos e ciclos completos do que chamamos de nós, do tempo que chamamos de nosso. Dessa loucura que é a nossa bolha rosa, única e exclusivamente nossa e que nos leva sempre em contramão à esse mundo doido, à essa gente doida. Seguimos de mãos dadas e agora já considero que sempre seguiremos. Você é como um laço frouxo onde eu fico porque ambas queremos e sempre quisemos, você é luz e amor. Meu amor à primeira vista. Reciprocidade sempre foi a palavra.
Às vezes a saudade aperta e eu me flagro abrindo e fechando as nossas milhares de fotos, nossos milhares de gifs polêmicos. Começo com a gente seminua no espelho e termino com você às vezes só me olhando, ou paro na sua foto com aquela blusa minha que te dei e fica um bilhão de vezes mais bonita em você. Dois minutos olhando suas fotos e eu já considero estampar uma vida inteira de fotos do seu lado, confesso. Nessas ideias de eu brincar que sou caminhão que te atropela foi você que veio e passou por cima, me teve, tem e sempre terá na mira. Você é boa de mira, atacante, camisa 10. Me ganhou e eu ganhei o dobro. Parceria ideal pra dividir um verde, uma ideia, um quarto ou uma vida. Você é o único doce que eu não enjoo e olha que só eu, você e meus guias sabem o quanto eu gosto de doce.
Você é tão minha quanto eu sou sua. 
Quero te levar pra onde eu for, desse mesmo jeitinho que você é: leve e linda. Você me inspira e confesso que, às vezes, só me pira. Mas até que eu consigo levar você bem.
Você é minha existência favorita, me apaixonei primeiro pela sua vibe única, tem algo em você que contagia e eu sinto sua presença onde quer que eu esteja. A gente sempre se acha em qualquer lugar e foda-se quantas pessoas estão passando ao nosso redor, você apaga tudo e todos.
Tivemos mil dúvidas, mas também mil perguntas respondidas, mil brincadeiras só nossas, planos pro nosso mundo rosa, nome dos próximos filhos, dividimos muito tempo de convivência e o dobro em sorrisos.
Gosto tanto, tanto e tanto de você, mulher. Topa ser aquela que vai dividir comigo uma trajetória juntinhas nessa selva de pedra?
Amo você, nós e cada segundo ao teu lado, cada sonho, segredo, sexo, amor e beijo compartilhado. Somos tão nossas que me surpreendo a cada novo dia como eu consigo multiplicar esse sentimento dentro de mim. Eu não consigo explicar o que é o amor, mas se eu pudesse explicaria como é ouvir você falando que me ama, ou faria todo mundo se sentir feliz igualzinho eu me sinto quando você tá paradinha dentro do meu abraço... Eu te conheço por inteira, viajo de um canto ao outro no seu corpo sem pressa e já faço isso há tempo suficiente pra te amar em cada detalhe, te vejo em HD mesmo eu estando sem óculos. Você me presenteia com momentos seus tão raros e meus. Sintonia rara.
Te encontrei nessa vida, louca vida, enquanto eu me conhecia e me buscava. Você me encontrou e decidiu me habitar porque fora do meu peito tava tão frio pra você, e você gosta de um lugar mais quente, enfim. Meu mundo é louco, mas por mim você pode ficar. É que você sorriu e mudou todo a trajetória dessa história, nem era pra virar história. Era pra ser só uma vez ou outra, mas as coisas fugiram só um pouquinho do nosso controle e você foi virando vontade diária, vício maluco. Então vem cá, que eu sei que às vezes eu sou meio fria mas eu quero fazer do meu coração uma casa quente pra você ficar. Vê e acredita que o amor que às vezes você duvida que eu sinta tá aqui o tempo todo e todo dia pra você, gritando feito um doido, às vezes rouco, desde àquela tarde ensolarada de Novembro, onde a primavera te floriu pra mim. Você tem nome de flor e sou viciada no seu cheiro, já te disse que o primeiro abraço foi como reencontrar alguém que eu já conhecia, era a primeira vez que eu te via, mas soou como um reencontro pra mim, sua presença equilibrou minha vida.
Você é meu presente do destino, sorrindo ao seu lado a vida fica leve. Meu laço frouxo, volto a dizer: fico porque eu quero, te amo, te amo, te amo, te amo... 
Dispenso mais explicações.
Câmbio, desligo.




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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

tipo bibi perigosa

Você sempre foi a única. 
Única que corre comigo, minha dupla, meu par, minha loba. Sempre fui boba demais por você, por tudo entre nós mas você... Tenha absoluta certeza que sempre e sempre será a única. Mesma que eu conheça uma fileira de pessoas daqui até à Lua, ainda vou reconhecer seu cheiro onde quer que eu vá. É você que habita os planos da minha mente e coração. E essa coisa fofa toda aí.
Especial.
Perigosa
Minha perigosinha.
Tão minha quanto eu sou sua.
Você é a semi eternidade que se encaixa em cada momento vago meu. Eu já não sei o que eu adoro mais, se é a sentada lenta e violenta que acerta meu coração e meu rosto, tiro certeiro, você sabe o que eu quero e também o que eu preciso, marcando território, você molha meu rosto e eu te chupo com gosto. Ou se gosto mais das conversas longas que temos. Conexão de carne e alma, de outras vidas, mas eu acredito muito que você está prestes a virar o amor dessa a qualquer momento.
Coisa de louco.
Quando eu tô em outras ideia, em qualquer corre, seu sorriso ainda continua pairando na minha cabeça, tipo o logo do DVD de um lado pro outro. Entre eu e você não rola nem definição, sem peso, sem rótulo, mas a gente se apaixonou pela frequência. É foda a ausência, mas essencial. Às vezes eu bagunço sua rotina e sua vida e logo em seguida sumo igual fumaça. Deixo um beck só pra você não se esquecer de mim, um chamego antes de ir e você reclamando de virar meu segredinho, sabe de nada, eu te espalho e te levo pro mundo. Mas confesso que amo te ouvir falar que estava morta de saudades de mim e quando eu volto eu pareço derreter dentro do seu abraço, é como se você pudesse me absorver. Sempre que eu chego amo a recepção, é sempre amasso e beijo na boca, minha saudade de você essas horas já estava me deixando louca.
Você é minha parceria ideal pra qualquer paradeiro, várias vezes nas festinhas dos seus amigos a gente acabou se agarrando trancadas no banheiro.
Amo você do bom dia ao bailão rasgando a madrugada em qualquer quebrada, rebola minha maldita, sei que cê gosta, dança solta, dança em mim, dança pra mim e pega fogo, mas faz questão de ficar sempre debaixo do meu olho, esconde meus b.o da entrega no sutiã só pra eu ter que ir pegar depois, bebe do meu copo, bola meu baseado e quando a gente vê já é bom dia de novo e sua única opção é dormir comigo. Não me nega fogo... "Te amo mas não sei quando volto pra te ver de novo." Muda o clima e fecha a cara, mil mulheres pra eu ter entre minhas pernas e eu sei que nunca vou ser uma presença breve, e além disso cê é tipo a primavera florescendo minha vida, criando raízes fortes e profundas até nas minhas feridas. Reflorestando meu coração, sonhos e mente. Toda noite meu único é desejo é vinho, baseado e sua voz. Você é sincera e leal, minha joia rara, sem igual. Eu ando por toda São Paulo e cada flor que eu te trago é tipo minha forma de te trazer um cartão postal, rapidamente é fogo nela e em nós. Você me chama de amor... E eu só consigo achar graça no jeito que você fala, sua pronuncia é tão bonita dizendo essa palavra. Nem conheço sua cabeça, só queria saber se eu ainda vou ser seu amor quando eu tirar meus dedos de dentro de você. Me diz você.
O amor, pra mim, tem sua cara de safada. Esse amor que me faz te achar a mulher mais linda do planeta com o cabelo bagunçado e a cara amassada. Pra mim você é linda feito o pôr do Sol, aconchegante feito a manhã e majestosa como a noite. Tão minha quanto eu sou sua.
Única, tenha certeza que sempre e sempre e por todo o meu sempre você será tão única.



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segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Pra mulher que eu sou incapaz de amar

Parecia impossível, mas hoje eu sou tão dela quanto ela é minha. E como haveria de ser diferente se o que eu senti por ela foi tão único e diferente?
É que o sorriso daquela mulher é o que hoje move minha vida, funciona exatamente como um combustível. É a substância que me liga. O abraço dela me reconecta comigo, com o mundo, com ela, com tudo. Esse abraço nosso, coração com coração, me recarrega. É como se depois da presença dela não tivesse mais nada que eu precise buscar, ela cessou uma busca em mim. Uma busca por algo que eu sequer sabia que buscava: ela.
Às vezes tenho certeza absoluta de que eu já amava aquela mulher muito antes do primeiro olhar, muito antes do primeiro oi. A simpatia foi imediata, já era amor antes de ser e foi, e virou, e tem sido amor. E é amor pra caralho!
Encontrá-la naquele sábado morno foi inesperado e incrível. Em muitos e muitos anos dessa minha trajetória eu jamais fiquei tão desconcertada e boba por uma mulher. Talvez eu tenha me apaixonado por ela no primeiro abraço, talvez alguns (ou muitos...) depois. Não importa, a gente sabe... No olhar a gente se entendeu e foi na pele que a gente viciou uma na outra e de repente isso virou um nó tão forte que ninguém é capaz de desatar. Eu a amo do cheiro do cabelo dela até à imagem da gente no espelho do banheiro do quarto dela, ela com aquela cara linda que só ela tem no pós-orgasmo e o meu braço entrelaçado no pescoço dela. Talvez eu tenha amado aquela mulher desde o primeiro beijo, meio roubado, meio atrapalhado, seguido de um sorriso largo, gostoso, solto. Um sorriso tão dela. Eu duvidei que me beijaria e ela beijou, riu pela minha cara. Ela é tão linda que a única coisa que eu consegui falar pra ela foi "que mulher linda da porra...". Tava longe, puxei pra perto e de perto ela nunca mais saiu. Eu, mesmo depois de muitas outras, ainda encosto nela e fico parecendo amadora, hoje ainda repito ou penso toda vez que a vejo: QUE MULHER LINDA DA PORRA!
A amo como se fosse a primeira e ao mesmo tempo como se fosse a última, porque serás. A sensação de que é ela, depois de tanto tempo, é nítida. Ela deu rosto à qualquer sonho meu. Amo o jeito que a gente se gruda quando estamos juntas ali, no nosso cantinho do mundo.
Depois dela todas as ordens se inverteram, é como se ela fosse tudo e nada mais importasse. As cores me parecem bem mais coloridas depois dela e ela acabou dando sentido e inspiração pros meus textos de amor.
E hoje estamos aqui, rindo da cara de quem disse que nós jamais chegaríamos aqui. E vamos além...
Somos tão diferentes que eu só queria achar uma explicação sobre tudo que acontece entre a gente, é uma sensação de que não há mais ninguém pra mim, ela é meu presente do destino, temos todos esses nós atados... Se não é amor, meu bem, o que nos liga?
A gente embaça uma com a outra igual neblina, às vezes é uma ciumeira louca que rola solta e eu toda boba e apaixonada falo nada, dou risada e só vejo insegurança que eu finto num abraço. Só puxo pela cintura e falo de amor. Ela é linda... Coisa de louco, fez meu olho brilhar, meu coração ferve na presença dela e longe eu já sei que não fico. E Deus e o mundo achando que eu jamais seria capaz de oferecer amor para aquela mulher.
Logo ela... Tão minha quanto eu sou dela. Eu já entendi que era amor logo de cara. E amor tem sido desde antes de eu achar que pudesse ser.
Mas se depois de tanta coisa, do que sentimos quando estamos juntas e do amor se tornar algo praticamente paupável, se ela ainda quiser saber: eu a amo sim e isso é tudo.


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sábado, 13 de julho de 2019

cheque mate

Noite apática, brilho nenhum, noite fria igual o coração de São Paulo. Um baseado e vinho pra esquentar. A vida já estava slow e eu tinha tomado algo antes então foi inevitável, de repente lá estávamos nós. Tão perto. Ao mesmo tempo que sinto o beijo dela, vejo escorrer entre meus dedos promessas de meses e meses descumpridas com sucesso. O destino às vezes nos presenteia com encontros casuais assim. E ela sabe que quando eu olho pra ela, ela não precisa gastar meia hora de conversa comigo.
"Foda-se, eu já tô sentada no banco do carro" - Tento me convencer e bancar a difícil pra mim mesma, já sabendo que pra vê-la sem roupa não importa onde eu esteja sempre saio à francesa. Só ela falar "vem". Eu fui, não é nem duas da manhã e a gente já se encontra dando perdido nos meus amigos e nos amigos dela.
Filha da puta eu, filha da puta ela.
Sinal vermelho, ela para e me dá o sinal verde, não resisto e ela me ganha. Ela acelera e eu acelero muito. Ela molha, eu sinto. Meu sangue ferve e eu coloco um dedo a mais; Tiro o dedo, coloco na boca... o sabor dela carrega um teor altíssimo de vontade. Ela me olha enquanto me pergunta se eu tô com tanta vontade quanto ela.... "Sempre!". O olhar dela continua até hoje me parecendo fogo.
Prende o cabelo e sorri, nenhuma de nós fala em saudade mas é algo nítido, me pede beijo e pra ela eu só derramo respostas positivas. Pra chegar na cama dela falta pouco mais de quatro, no máximo cincos quadras.
No elevador me beija, me leva, me puxa pela cintura e me ganha. Sempre recaio na de ficar me perguntando como nós aguentamos tanto tempo sem a outra e de vez em quando me pergunto se o porteiro tá assistindo enquanto a gente mata um pouco da saudade, com aqueles nossos amassos tão nossos que beiram até a covardia. Abre a porta, me oferece água enquanto me beija, aceito e agradeço. Eu até tento conversas politizadas, falo do clima, faço piada com tudo e ela dá risada... Da porta pra dentro eu até penso que não preciso de mais ninguém, tenho o ménage perfeito: eu, ela e a maconha. Desconto nessas fodas aleatórias o meu misto de saudade e vontade de dar pra ela aquele chá sem pires e nem xícara. Só puxo pra mais perto, eu com dois ou três dedos dentro dela é muito mais que a sorte.
Ela acende o baseado enquanto coloca uma playlist qualquer, rebola em mim, eu beijo o pescoço e preciso dizer que proximidade demais sempre gera um alvoroço na minha libido. Eu sento, ela tira a roupa e sem roupa senta no meu colo, sinto enquanto ela escorre tesão e me molha junto. Me sirvo dela ainda quente, e tão crua... Linda e única, estranhamente me surpreende a cada novo olá. De costas eu puxo o cabelo, xingo no ouvido... Ela tem uma rebolada que me relaxa mais que massagem, virou meu vício, na abstinência do corpo dela chego a sentir seu gosto na minha boca, fico louca. Meses sem ela e não esqueço nem que eu foda todo um harém e qualquer outro alguém. São meses e meses e meses de tesão absoluto, dias e dias e dias de saudades do beijo, da foda, do gosto, do cheiro, do abraço. Já tô acostumada à todo perdido que a gente se dá, sei lá. Às vezes eu só queria vê-la e sentar pra conversar. Eu sucumbo a qualquer pedido que ela me faz, sempre foi assim e acho que assim sempre será. Às vezes queria que ela assumisse que isso que nós temos é cheque mate, não existirá aqui ou em nenhum outro CEP alguém, além de mim, que a foda com a mesma intensidade com a qual a ama. Ela entender que eu até penso nela às vezes numas ideias de ir além da cama...Que relacionamento é construção mas eu quero amor sem drama. Se perguntar eu nego, mas eu amo quando eu estou na maldade e ela me olha e fala: "te amo". Ela não entende como mudaria minha vida tê-la aqui, usando minha camiseta pela manhã ou até mesmo me pedindo pra fazer um chá de camomila, só porque ela teve um dia estressante. Eu provavelmente iria rir e fotografar cada expressão dela ao me olhar, ao falar, ao andar nua pelo apartamento, ou até mesmo quando o Sol das 17h dança na pele dela de um jeito tão bonito...
Já faz tanto tempo que estamos assim, acho que já fazemos parte uma da outra, de alguma forma.

Nada de "Terra à vista!" por enquanto.
Seguimos à deriva.







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quarta-feira, 10 de julho de 2019

aconchego

Quero dias mais bonitos pra gente se ver, quero manhãs de Sol aquecendo e iluminando nosso amor, quero tardes serenas pra gente se descobrir, se inventar, reinventar, quero noites tempestuosas pr’eu te colocar no colo e cuidar desse seu medo, pra curar toda sua dor, quero todo o tempo do mundo só pra gente ter todo o tempo do mundo pra nós sermos nossas, pra gente ser só da gente, quero morar dentro do seu sorriso e passar as férias passeando pelo seu olhar. Quero viagens longas dentro e fora do seu corpo, quero trocar todas as minhas blusas por um abraço teu, isso... Aquele mesmo que só você me dá. Quero teu corpo sendo meu cobertor. Eu quero você. Quero a saudade me invadindo, persuadindo, me incomodando, me enlouquecendo... Mais do que normalmente ela já faz. Quero a gente tecendo a mais linda história de amor pra se contar, se ouvir, se escrever, se viver. Eu quero tanto você... Tanto de você! Quero memórias suas espalhadas por toda minha mente, já tenho algumas e quero outras milhares, quero a gente, quero um retrato seu pra cada dia dessa década. E da próxima. E da outra também. Quero te eternizar em cada gesto, em cada beijo, em cada toque. Quero te fazer sentir que tu és a mulher mais amada do Universo, só pelo jeito com o qual eu te olho. Quero te encontrar no altar, na praia, num domingo de manhã, num sábado à tarde, numa sexta à noite, é... Acho que eu quero te encontrar em todos os dias da semana... Às vezes quero casar contigo, mas ser sua namorada pra sempre. Eu quero você. Quero meu choro de alegria ao te ouvir dizer “Aceito.” Será que cê me diz? Quero você me dizendo “sim” em todos os dias da minha vida, quero sua companhia mesmo quando a gente precisar de distância por motivo de alguma briguinha idiota. Eu quero até as brigas. Quero escrever poemas bonitinhos que te façam ter um dia mais leve, só peço que me leve com você, quero escrever canções lentas, bobas e clichês que falem de amor e te façam sorrir, quero te fazer rir quando contar sobre o meu dia, me sentir abraçada quando eu te falar sobre minha vida, quero te ouvir reclamar, quero tudo, quero seu stress, quero te estressar só pra você fazer essa carinha linda de brava e pronunciar meu nome de um jeito todo irritadinho. E te beijar, te acalmar, te cuidar. Quero você... Muito mais do que eu te quis ontem e bem provavelmente muito menos do que eu vou querer amanhã. Você tem sido minha razão, meu motivo, todos meus sorrisos e minha felicidade inteira guardada em uma só mulher. E olha... que mulher! Algumas tatuagens e o sorriso mais lindo de todo o Universo, melhor trabalho de Deus. Me deixa cuidar de você? Me deixa ser quem você espera em casa no final do dia? Me deixa ser a razão de você sorrir? Me deixa ser sua, faz o que quiser com a gente, me guarda onde você quiser, me deixa onde for mais conveniente pra você, só não me deixa.

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quinta-feira, 23 de maio de 2019

tengo un solo corazón

Sinto saudade, mas não sei do que, de quem, de onde....
Minha saudade já não tem um rosto, um nome, não tem a cor dos teus olhos e muito menos cheira como teu perfume barato. Mas não deixa de ser uma saudade recorrente, não me larga... Já não sei nem sequer porque sinto, mas sinto. Sem parar. Dolorosa e impiedosa, quase que fatal, me torturando, rasgando meu peito de dentro pra fora. Vem em dias banais como este. Invade meu peito que passa a arder e clamar por um socorro que eu sei que não virá.
O vento frio que toca minha pele me faz lembrar o quanto eu tenho me sentido longe. Mas longe do que? É saudade. Mas saudade do que? Deus... Saudade de quem? Saudade de você? Saudade sua não é, reluto, não pode ser... Ou pelo menos não deveria ser. Eu lhe deixei pra trás. Parti pra longe, comprei uma passagem para o trem das 19h e decidi partir sem rumo. Passageiro calado e leviano que escreve poesias, usa drogas e bebe muito. Eu não carrego fotos, lembranças, malas, sorrisos e nem sequer um sobrenome. Como ter um sobrenome se sem você eu sequer tenho um nome? Sou metade de mim, o resto. A pior metade. A outra metade eu deixei contigo quando você costumava ser o meu abrigo, meu ponto de chegada. Hoje eu não carrego nada, só que mais leve também não consigo me sentir, a saudade é o que mais pesa. Eu estou tão longe daqueles ventos que os ventos daqui me fazem sentir estrangeira na minha própria casa: em mim. Meu corpo não parece me pertencer. Um grande boneco branco feito de carne, ossos, saudade e eletric ink. É como se eu tivesse adotando uma nova alma e personalidade pra suprir o vazio desse corpo. Meu vazio mental. Meu vazio intelectual. Meu vazio existencial. É como se meu corpo estivesse rasgando e se dividindo entre o ser e o não ser.
Mas se quer saber, eu nunca desci daquele trem, eu nunca simpatizei com a voz fria que anuncia as estações, eu nunca coloquei meus pés nos terminais lotados de gente que tem por quem esperar, eu não tenho alguém a minha espera. Eu continuo aqui, vagando entre os vagões na espera de um sorriso, de um bom dia que me inspire uma nova perspectiva de vida. Todos tem pelo que viver. Até a moça da voz robótica que dá nome às estações deve ter um sorriso a sua espera quando volta pra casa. Eu ainda sinto saudades de voltar pra casa, deve ser isso. Perdi o toque, perdi o rumo e já nem sei se ainda tenho um lugar onde estejam plantadas minhas raízes. Não há ninguém a minha espera, e eu entendo até porque nem eu mesma espero nada de mim. Mas esteja feliz onde você estiver querida, te orgulha de mim! Eu ganhei o mundo, e hoje não tenho nada além de saudades, carimbos e souvenirs.
Contei esta história a tantos outros passageiros deste trem, mas eles não entendem. A frieza domina as pessoas. Todas as pessoas que eu encontrei de passagem por mim me disseram "é a vida". Como assim... a vida?
Me responda quem puder: o que é a vida?

O que é a sua vida? 

Minha vida é um desconhecido dançando meio sem jeito no meio do salão, preso eternamente na questão de imaginar se você ainda vai dançar comigo se eu lhe estender a mão.


O que é a sua vida?


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terça-feira, 23 de abril de 2019

lembrança do que fomos

Foi um fim de semana desses a última madrugada que cê tava aqui, ainda consigo sentir seu cheiro na minha cama toda vez que eu vou dormir. Você tava tão linda da última vez que eu só consigo desejar te ver de novo uma última vez, que seja.
Acendo um, bolo outro.
A noite voa.
Olho pro canto do quarto, pra minha cama e nada. Nada acontece.
Eu acordada enquanto ela, o corpo sem nome, dorme.
O espelho reflete a fumaça que meu pulmão expulsa, as paredes manchadas e minhas meias coloridas, mas não te reflete em nenhum lugar. Nem na janela que cê costumava fumar sentada e por pelo menos três vezes eu fui multada por isso. Você sumiu e em nenhum lugar eu consigo te encontrar, nem na pista e nem na internet. Invisível igual ar. Impalpável tipo ar. No meio dos surtos eu chego a achar que cê nem existiu de verdade. Que saco.
É que nessas de respeitar o seu espaço eu te dei tanto espaço que cê foi pra longe demais e foi nessas de demonstrar pouco que você se sentiu sendo tão pouco amada, pouco demais pra conseguir ficar, eu sei.
Só que agora teus caminhos são longe dos meus. 
Longe demais pra eu correr e te alcançar, te dar a mão e caminhar ao seu lado, nem GPS encontra aquilo que tivemos. Meus sorrisos agora motivam outros recomeços, não mais teu sorriso como antes era de costume, dos sorrisos felizes só sobraram as fotos e as lembranças do que fomos espalhadas diariamente pelo facebook, me lembrando que você foi mesmo real. Que te amei enquanto estava escondida de você atrás da porta. Já não é mais você aquele alguém que ampara minhas lágrimas, que me motiva a não desistir desse mundo de filho da puta, ninguém mais faz isso, aliás. Acho que ninguém mais se importa comigo e talvez eu nem faça tanta questão assim. Meu olhar já está distante o suficiente pra não iluminar mais os teus. Sinto medo de ficar presa nessa história, de fazer virar só mais uma história largada no meio de outras que você viveu, sinto uma saudade absurda de você, da gente, do seu olhar, do seu cabelo, da sua pele, de você cantarolando músicas ruins nos áudios do whatsapp, do seu carinho, do seu cuidado, da sua respiração no telefone, da sua presença que ocupava cada canto do meu ser, do seu cheiro, do jeito que só você sabia bolar um beck usando aquela técnica maluca que eu desisti de aprender, do jeito como você pronuncia meu nome, de reconhecer sua intenção só pelo teu olhar. Eu sinto vontade de sair correndo daqui, ir te buscar, te abraçar e dizer que tudo vai ficar bem, que eu vou cuidar de você. A verdade é que você nunca vai ser ausente pra mim. Você está em absolutamente tudo, desde outros corpos às fotos que eu colei na porta do meu guarda roupa. 
Acho que pra me lembrar do quanto você é linda.
E o quanto eu sinto toda essa saudade de nós.
É isso.



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sexta-feira, 5 de abril de 2019

Perigosinha

É que eu gosto tanto quando ela me chama caçando assunto e faz um desses convitinhos porque sabe que me incendeia, ela é o meu vício favorito e mais foda de largar. Já tem o título de "Minha saudade oficial".
"Eu vou... mais tarde encosto aí." ✓✓
Saio do trabalho na pressa e disposição de beijar ela inteira, a noite inteira, o tempo inteiro. Eu nem cheguei e já vai me faltando o ar, o frio na barriga é inevitável. Pensando em acelerar o uber porque quero chegar logo, o destino não leva nem uma hora inteira, mas a sensação de perder tempo ao lado dela rouba minha brisa.
"Cheguei" - ✓✓
Visualiza, eu interfono e ela libera minha entrada. Passo a passos apertados quase correndo pelo hall.
Eu levo as gramas mais gostosas, aquelas que eu sei que ela gosta e o vinho mais barato que é pra ver se a gente chapa logo, ri de tudo e fica mais zen, quando eu tô com aquela filha da puta parece que há algum alinhamento cósmico, não importa o que tem da porta pra fora, eu fico sempre muito, muito bem.
Tava com o sorriso sem graça quando abriu a porta do elevador. Eu reviro o olho e ganho beijo, o tempo sempre nos fez bem, isso é inegável. E ela vem se aninhando no meu peito, daquele jeito... É o contato pele na pele que sempre resulta na minha mente a milhão pensando em correr atrás de um compromisso com ela e na explosão que me faz voltar, me atrai igual imã, me repele igual imã. 
Hoje eu já trouxe o baseado bolado que é pra eu ganhar tempo, hoje nem vai dar tempo dela surtar porque me viu no baile falando no ouvido de pessoa x, era o som alto, né? Ela esquece das tretas, acende, foda-se, a gente chapa, senta no meu colo rebola do jeito que eu gosto e toda resposta atravessada ou sentimento negativo sai de mim como um sopro, o que a gente tem é coisa de louco.
Acho que a amo, será? Amo o sorriso, o cheiro de cio que ela exala, amo cada marquinha que minha mão já deixou naquela raba, sem contar os tapas na cara, amo as ideias, nosso amor sem platéia, amo o jeito como ela parece ter o mundo e todo mundo nas mãos, o corpo dela me parece o refúgio perfeito, me perco. Amo o abraço, aprecio cada amasso, a cada rebolada ela ganha um texto. Camaleoa, se adapta e logo vira amiga, companheira, parceria da mira certeira, aceita convite pro corre, risada ou gozar junto.
"Preciso ir..." - Meu esboço de ida é em vão. Ela me pede pra ficar, diz que tá preocupada e com saudade demais. Tipo do Djonga tocando de fundo... Só pela zoeira digo que só fico porque a playlist é boa. De Djonga a funk, ela ferve meu sangue frio. Me arranca sorrisos que eu não dou pra mais ninguém. Me pede mais, se entrega mais, rebola mais.
Toda vez eu prometo pra mim mesma que a última vez... Desisto quando ela me chama. Perigosinha foi, perigosinha será.
Felicidade fora do normal, meu problema é essa minha saudade que me entrega. E pós orgasmo de despedida me beija no elevador, atravesso o hall de volta, indo embora com o cheiro dela no meu corpo, o gosto dela na minha boca e com mais uma belíssima e colecionável memória dela sem roupa. Toda vez que eu vou embora levo um pouco dela comigo, aguardo ansiosamente pelo dia em que vou levá-la por inteira.
"Au revoir.
Volto a dizer: meu número continua sendo o mesmo;
Forte abraço e grande beijo." 
✓✓


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segunda-feira, 18 de março de 2019

Maria Carabina

Eu lembro exatamente, com bastante precisão do olhar dela quando eu a vi a primeira vez. Era fogo. Queimava e me queimava muito.
Ela é prima da amiga de uma amiga e na verdade eu só consigo lembrar dela naquela noite, só me lembro da presença dela porque de fato ela roubou a cena, aquele jeito que ela me sorriu como se me convidasse pra ficar mais perto. É como se ela, naquele momento, tivesse apagado toda outra qualquer presença daquele baile. Linda. Repito: Linda! Só consegui enxergar ela e a Lua, e caralho... Acho que a Lua completava o brilho daquela filha da puta, eu achei mágico. As duas competiam entre si pra ver quem chamava mais atenção no meu imaginário.
A música alta não foi problema, o alto teor alcoólico contido no meu sangue e na minha fala também não pareceu problema, de primeira a gente riu de coisas bobas, a gente dividiu um baseado falando de cosias bobas da vida, depois eu enchi o copo dela, ela completou minha cota pra bolar mais um e nossa conexão começou ali. Tem uma crença asiática antiga que diz que pessoas destinadas a estarem juntas são ligadas pelo destino por um fio vermelho invisível... Naquele dia o destino nos amarrou. Caiçara filha da puta.
O sorriso dela atravessou minha alma lentamente, me senti como um animal ferido, apunhalado. Acredito que agora seja um pouco tarde pra manobras ou fugas desenfreadas, não há forma de fugir disso. Digo... Fugir daquela mulher.
Ela aparece em tudo, está em tudo, em todos os lugares, em todas as pessoas. Ou não. Talvez eu esteja realmente enlouquecendo e ela só esteja em mim, como uma tatuagem, gravada, eternizada. Ela está aqui por completa, em essência, carne e um sorriso. Ela é a dona do meu sorriso também, nunca lhe disse, mas é. Nós nos conhecemos como um todo e eu gosto do jeito engraçado quando ela fala que eu deveria me apaixonar por ela. Verdade é que não deveria... Mas nem sempre eu faço tudo que não se deve e vice versa.
Sua respiração é calma. Ela fala pausadamente, sorrindo. Eu gosto do sotaque. Mexe cerca de três ou quatro vezes no cabelo quando está tímida. Gosto do seu jeito ”organizado demais”. Acho graça quando ela puxa assuntos aleatórios com pessoas desconhecidas em filas de banco ou qualquer outro lugar onde ela esteja. Eu adoro o jeito como ela se veste, gosto até daquele all star branco sujo que ela fica irritada quando eu digo que ela nunca lavou. Eu adoro a cara dela de sono, sua voz de sono, seu cheiro quando me abraça, seu cabelo bagunçado e lindo quando acorda.
Ela só me mandou "vem me ver?" no whatsapp e lá eu estava, atrasei meu corre e peguei um 99 rapidão só pra dividir aquele verdinho com ela, na sacada de novo, enquanto ela sorria e me olhava, dessa vez ela não falou nada, não me contou sobre seus dias, sua vida, nada. Só me olhava enquanto tragava o beck e fazia carinho no meu rosto. Me deu vários daquele sorriso implacável que só ela sabe dar, que me faz ter certeza absoluta do que ela quer me dar depois. E num piscar de olhos ela vem, sorrindo, senta no meu colo, ela sabe que eu não aguento e quero tirar a roupa dela logo. Ela é uma foda aleatória, minha outra história, papo de amor pra vida toda ou algo que o valha, sabe aquela ligação que você sente com alguém? Conexão carnal, meu amor casual, já chamei de foda semestral... Ela me domina e o que a gente tem? Sei lá, não denomino. Só sei que gosto.


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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

coisa nossa

Entro no metrô, olho o celular, sem sinal. Que saco.
Três ligações perdidas com intervalo menor que duas horas. Juro que não me fiz de sonsa dessa vez, realmente não vi. Maluca do caralho, como eu gosto... O frio na barriga é inevitável quando vejo o número. Há quanto tempo ela não aparece? Sei lá... Talvez um ano depois da última vez. Eu já sei o que ela quer e com absoluta certeza não é me ofertar goela abaixo um pedido de desculpas. Ela é ótima nisso e eu sou ótima em fingir também.
Ela chega falante, me contando tudo de uma vez, embolada, parece que nunca aconteceu nada, se enrola, chega mais perto e se embola comigo, me abraça, me inspira, me expira, sorri, me beija transpirando saudade... Aninhada nos meus braços ela nem pergunta ou fala mais nada, eu que não vou ousar quebrar o momento, né? Nem preciso de resposta nenhuma. Ela me abraça como se nunca tivesse saído daqui. É coisa nossa, tipo um processo pra se reconectar, e a gente fica ali abraçadas alguns minutos, balançando lentamente ao som de uma música que só existe na nossa cabeça... Como se o mundo todo parasse pra que eu a admire,a reconheça. Ela continua linda, amável, uma voz tão calma que me acalma... Ela é a good vibes mais filha da puta que eu já conheci.

Demorou pra sentir saudade, né?
Tudo mudou.

Parece que ela cresceu mais uns centímetros, algumas tatuagens a mais e mudou a tonalidade do cabelo, sutil pra caralho. E ela ainda achou que eu não fosse perceber. A cortina antes vinho do motel agora é cinza quase chumbo e preciso dizer que até que enfim eles notaram a mancha de vinho d'uns anos atrás, me incomodava mais que sempre foder no mesmo quarto. E eu, observadora que sou, poderia listar muitas diferenças... Mas olympéa aqua com maconha continua sendo o cheiro dela e ela continua com aquela carinha linda de quem fode minha cabeça. Isso não mudou. Às vezes nem parece que nos perdemos no meio da história.

Na maior parte das vezes ela volta como se fosse a primeira vez, fode como se fosse a última, me olha e me beija como se fosse a mulher da minha vida, ela faz virar fumaça minhas gramas e eu ainda sou apaixonada pela companhia dela e por aquele sorriso matador.

Ela me pergunta se eu senti a falta dela, eu nem respondo. Ela já sorri porque no fundo ela já me pergunta sabendo da resposta, um oi dela e pronto: é o estrago feito na minha cabeça, é o desejo incessante de encontrar ela o mais rápido que eu puder, que ela puder... Em qualquer lugar. É o gosto do beijo e do corpo dela que automaticamente já vem na minha boca, minha mente problemática imaginando eu lambendo ela do pescoço até as coxas, a ansiedade só por imaginá-la nua. Às vezes soa repetitivo, mas não mais repetitivo que essa vontade louca de chegar logo... Eu não vejo a hora de vê-la de novo, já vai me dando aquele frio na barriga. Tem aquele sorriso que me faz sorrir, um cheiro viciante. Um beijo que faz meus pés saírem do chão. A gente encaixa tão bem que até minha vó pergunta porque é que a gente nunca casou. E eu só digo que: a gente não casa porque ela é Corinthians, eu sou Palmeiras. Eu sou barulho, ela é silêncio. Ela quer tudo, eu quero menos. Sou do mato, ela é menina da cidade. Ela é manhã ensolarada pique Rio 40º, eu sou da noite e da gandaia, Augusta. Sou flor, skunk, ela é cevada. Ela pensa na saúde, eu só penso em foder e dar uns dois. Ela quer tudo pra agora, e eu quero tudo pra depois. Ela é a paz que eu não tenho mais, eu sou o caos, revolta e desordem que a vida dela não permite ter. Ela é olhar que brilha, simpatia pura e eu a cara fechada, como ela mesmo diz "mulher do avesso". Ela é coração, eu sou mais razão. Ela é pressa, eu sou atraso, eu chego tarde e ela antecipada. Eu sou mais Bonnie e Clyde, ela Romeu e Julieta. Ela é calma com muitos diálogos requintados, eu sou pé na porta e soco na cara. Eu quero ela, ela quer a gente. Ela é tudo, eu não sei o que sou. Eu quero o mundo (com ela), ela quer amor.





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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

concretado

Sorrio para o porteiro, dou bom dia. Abro o portão, passo. Atravesso o pátio, faço meu ritual de não pisar nunca na porra da tampa de metal da frente do meu prédio. +100 pontos. Entro já recolhendo as cartas lendo apenas os remetentes, nenhum sinal de você por ali. Cobrança. Cobrança. Cobrança. Normal. Tudo segue igual. Mais um dia onde não teve você visualizando meus stories escondida considerando que eu não perceberia, nem me mandando nenhum tipo de mensagem em nenhuma rede social. A sensação de alívio com um misto de agonia é recorrente. Me sinto fugitiva, prisioneira de algo que eu não posso permitir sequer que continue a existir. Continuo passando cada dia trabalhando minha meta de não ser tão filha da puta com você ao ponto de me arrepender depois, te fazer triste nunca foi minha intenção. Sigo ausente de quem me quer bem e isso segue sendo problema meu, sigo lendo horóscopo de jornais velhos e aprendendo fazer receitas em programas de TV ruins onde tem papagaios de plásticos que falam. Nunca fiz uma receita sequer.
Enfim... Alguém me disse que se leva 21 dias pra criar um novo hábito, extendi pra quatro ou cinco meses, sei lá... Nesse tempo aprendi que a saudade e lidar com sentimentos é uma lição diária de autocontrole... Às vezes eu me perco e não sei manter a calma e em outros dias eu juro que não penso em você. Você faz falta, assumo. Quase mesma falta e abstinência que eu senti quando parei de cheirar cocaína, mas nesse caso eu vomito saudade.
Roupas secas no varal no meio da sala, o café esfriou e a cerveja de ontem continua na pia e já parece um chá em temperatura ambiente, eu nem gosto de cerveja. A dona da marca da batom na boca da garrada também não me pergunte. Vagabunda curte vagabunda. O gato sumiu. Meu. Deus. Já nem sei mais com o que me preocupar. Eu sou feita dessas idas e vindas, lágrimas e gritos compostos por um ódio desnecessário.
Meu coração é atordoado demais, navegante que não aporta, não ancora. Nunca. Perturbação. Chama como você quiser... Desculpe, desculpe. Eu sinto como se a todo momento houvesse um leve descontrole emocional escorrendo propositalmente pelos meus dedos. Você me transbordou tanto que acabou afundando a embarcação. O mar é grande demais e o mundo em que nós vivemos também. Acredita em mim, eu tô bem. Juro. Eu fico bem quando estou sozinha. Espero que você continue brilhando como sempre brilhou.
Sempre dou um jeito, você sabe... É como se a minha vida fosse um imenso tabuleiro de xadrez onde eu tenho a incessante vontade de ganhar... Lembra quando eu te falei que quando eu não posso ganhar, eu analiso uma forma de conseguir roubar em qualquer jogo? E pode apostar, amor: quando mais distante eu estiver de você e de nós, eu tenho certeza que estarei ganhando ainda. Mesmo que usando qualquer método sujo para ganhar. À você: me perdoe por ter transformado o hábito de me manter distante de você mais viciante que não pisar na tampa de metal do meu prédio. Ao dia de hoje: +200 pontos.
À você, ainda: obrigada pela ausência.

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